“O PC morreu”, escreveram alguns direto de seus PC

Sim, gente, o PC morreu. Se não morreu, morrerá em breve. Ele vai sumir de nossas vidas, será absorvido por vários aparelhos, como nossos relógios, nossos telefones e até nas nossas roupas. Mas o PCzão nosso de cada dia vai sumir, desaparecer, escafeder-se, sumir da existência.

Ou era isso que diziam.

Eu ri na época, rio hoje. Estou tentado a usar a frase – falsamente atribuída a Mark Twain, por sinal – que a notícia sobre sua morte foi bastante exagerada, mas não farei isso (ok, já fiz. Rá!). mas eu vejo desde a década de 1990 artigos dizendo que os PC iriam desaparecer, que ele sumiria, seria substituído, desintegraria-se, CAPUT! Ano após ano eu vi que tudo se manteve. O PCzão desktop iria ser substituído pelos notebooks, depois pelos celulares (mais ou menos smart), depois os smartphones, depois os tablets, depois os netbooks, depois os Chromebooks e ano após ano os Desktops ainda estão aí.

Em 27 de janeiro de 2010, Nicholas Carr, articulista do New Republic, publicou seu artigo dizendo que a partir daquele dia os PC haviam morrido. Em sua análise, superficial como é de praxe, o iPad iria substituir o PC, já que tudo estava na Nuvem. Seria ótimo, se tudo no ecossistema da Apple não fosse engessado. Segundo ele, Steve Jobs iria investir em muitos segmentos, não querendo apenas produzir aparelhos glamorosos, mas ser o empresário de todas as mídias.

Sim e não. Sim, a Apple acabou hoje por até ter canal de Streaming, mas ainda se baseia nos seus produtos glamourosos, com mais glamour (e preços altos) do que qualidade. O Antennagate dali a alguns anos provaria isso, em que a atualização do iOS fazia com que todas as barras de sinal ficassem sempre no máximo, mesmo que o sinal estivesse fraco.

Mesmo porque, só MacFag acredita nas maravilhas da Apple, e se algo está errado, é culpa de quem está segurando.

Tenho certeza de que Carr não passou a escrever seus artigos direto num iPad, nem comprou um teclado bluetooth para digitar seus artigos usando um iPad como dispositivo. Sim, ele continuou com seu PC; no máximo, um iMac (que é um PC, Personal Computer), MacBook ou um notebook padrão PC-AT, mesmo. Mas não foi num iPhone ou iPad. Hipocrisia? Com certeza, o que nem me espanta.

Em 2005, O PC foi considerado irrelevante, porque era “um tédio”. Não era divertido com todas as opções de celulares que havia na época, mesmo porque, jogar no PC era péssimo.

A CNN Money decretou também a morte dos PC. Seu gráfico mostrou um salto na venda de smartphones enquanto a venda de PC estacionaram. Isso não significa, claro, que o número de PC caíram. Eles se mantiveram. As pessoas e empresas continuavam a comprar computadores, mas assim que saiu o iPhone, houve um crescimento vertiginoso, pelo simples expediente que ele não existia, e os smartphones da época não eram lá muito amistosos. Sendo justo com a Apple, ela deu ao usuário uma experiência melhor. Alguns smartphones com o Maemo podia instalar aplicativos via apt-get. Mas o que é mais fácil? Digitar sudo apt-get blábláblá ou ir na App Store escolher um app e baixar e instalar?

Olhando o passado, é risível dizer que o PC está morrendo. Em 2022, saiu artigo do Verge dizendo que a venda de PC deram um salto devido à pandemia. Mas em 2019 a venda de PC teve aumento. Aliás, em 2018, a venda de smartphones estava em queda e a de PC estava em alta. Em 2017, também.

Houve pesquisas dizendo que as vendas de PC estavam sempre ruins, mesmo em 2020. Curiosamente, todas as pesquisas apontando a morte dos PC eram todas da Gartner, enquanto outras empresas apontava crescimento nas vendas, apesar de algumas derrapadas, mas que efetivamente as vendas nunca caíram. Interessante, não?

Os PC nunca deixaram de ser vendidos, porque sempre foram necessários. Para escrever num blog os apps de celular e tablets são uma porcaria, por exemplo. Não consigo nem fazer alinhamento justificado, para você ter uma ideia. Dá pra fazer? Sim. Fica com qualidade? Não. Entretanto, se para você qualquer lixo tá ótimo, ok, vai te atender, mas a grande maioria das pessoas não pensa assim, e várias profissões vão precisar de computadores de verdade, desktops padrão, e é isso que os números tem mostrado, a despeito das vozes que disseram que os PC iriam morrer.

Vozes em que muitos dos seus donos já morreram, mas os PC continuam firmes e fortes, não no seu relógio, que é apenas uma extensão do seu celular, mas de desktops, mesmo!

Um comentário sobre ““O PC morreu”, escreveram alguns direto de seus PC

  1. Lucas Antonio

    Excelente artigo, André. Futurólogos sempre existiram, e, quando se trata de tecnologia, há quem faça as previsões mais absurdas, que, claro, não se realizam…
    Há alguns anos, substituí meu computador de mesa por um notebook, e, desde então, não senti necessidade de um desktop. Mas, reconheço, meu uso limita-se a um processador de textos muito antigo, que continuo utilizando por costume, e ao navegador, somente… Não vou além.
    Há coisas que só um computador de mesa, dos grandes e potentes, é capaz de fazer com qualidade e, acima de tudo, praticidade e rapidez.
    Vida longa aos desktops!

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